OE/11 permitiu adaptações às reduções de salários que podem ou não voltar a verificar-se agora.
O corte dos subsídios de férias e de Natal que vai ser aplicado à Função Pública e Sector Empresarial do Estado poderá vir a ser negociado pelo Banco de Portugal e pela Caixa Geral de Depósitos (CGD). Isto à semelhança do que aconteceu este ano, e que se manterá para o próximo, quanto aos cortes salariais.
Dentro destas duas instituições está longe de ser óbvio que os cortes nos subsídios introduzidos no Orçamento para 2012 sejam de aplicação directa aos seus funcionários. No entanto, segundo sabe o Diário Económico, o tema não terá ainda sido discutido com a tutela.
O sentimento, tanto na CGD como no Banco de Portugal, é ainda de grandes dúvidas quanto ao que acontecerá dentro das suas organizações. Sem uma indicação explícita no OE/12, o espírito é de tentar junto das Finanças alternativas para adaptar os corte dos subsídios mas produzindo, no final, uma redução de custos equivalente. Dentro da Caixa, o argumento continua a ser o mesmo, o de que se trata de uma instituição que opera em concorrência em sectores altamente competitivos como o são a banca e os seguros. Isto ao contrário do que se passa em muitas empresas públicas. O Banco de Portugal conta com o seu estatuto de órgão independente do Eurosistema.
No ano passado, tanto o Banco de Portugal como a CGD não conseguiram evitar os cortes salariais médios de 5% decididos pelo Estado, mas fizeram-no com algumas adaptações.