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Em junho de 1945, concluí o meu curso Primário, na Escola de Parada e fui à Vila Pouca, prestar o Exame da Quarta Classe, como era conhecido. A Escola de Vila Pouca ficava na entrada da Vila, um pouco depois do Palacete , do lado esquerdo. Este prédio não existe mais.
Eramos uns oitenta alunos de várias aldeias do Concelho. De Parada eramos seis. O Exame começou às oito horas com a prova escrita. Tinha quatro professoras, uma de cada disciplina e um Diretor. A primeira prova a ser colocada no Quadro Negro, foi Gramática da Língua Portuguesa, a seguir Matemática, depois História e por último Geografia. Cada prova era copiada numa folha. Após copiar a última prova, deram o prazo até ao meio dia para fazer as quatro provas. A partir das 14 horas, tinha a prova oral. Mas só fazia a prova oral, quem passasse na prova escrita.
Às 13:30 horas, saiu o resultado da prova escrita. Foi colocada na porta da sala, uma relação dos aprovados. A relação apresentava o nome dos aprovados de acordo com a nota da prova escrita. Quasi desmaiei de emoção ao ver o meu nome como primeiro da lista. Todos os aprovados eram abraçados por seus familiares só a mim ninguém abraçou, porque eu fora sozinho fazer a prova. A relação tinha o nome da aldeia a que pertencia o aluno e o nome da professora. Por isso, o único abraço que recebi foi da minha professora, a chorar de alegria, pois era a única a ter um aluno aprovado com Distinção. Na hora do almoço, antes de sair o resultado todos se espalharam pelas tavernas a comer e beber. Eu sentei junto do chafariz a comer um pedaço de pão que levara numa sacola. Meus pais não tinham dinheiro para me dar. Depois que saiu o resultado, eu cheguei a chorar de orgulho. Dos seis de Parada, só passamos três. Cheguei até a ficar envergonhado, porque todos me olhavam.
Às 14 horas começou a prova oral. A sala estava cheia, pois era permitido aos familiares e amigos assistirem à prova oral. O primeiro a ser chamado fui eu. O Diretor me chamou, me deu um abraço, pediu uma salva de palmas para mim e mandou que se levantassem os meus familiares. Ninguém se levantou. Eu estava sozinho. Levantou-se a professora para receber os aplausos. Passei pelos quatros examinadores, tirei nota máxima em todos. A professora me falou que eu fora o único a tirar nota máxima em todas as provas, escrita e oral. Quando acabou as provas, recebi muitos abraços mas de pessoas que eu não conhecia.
Mas tudo foi como um rio que passou em minha vida. No dia seguinte já tinha trocado o lápis pelo cabo da enxada, ou pelo cajado do pastor de Ovelhas. Naquele tempo, lavrador e pobre, não tinha qualquer chance de continuar seus estudos.
Salve a Ditadura Salazarista, que atrasou Portugal e sua gente, fazendo todos emigrar para sobreviver.
A nossa Pátria é Santa, mas seus governantes são verdadeiros demônios.
Deus abençoe a todos os paradenses.
Agostinho Gomes Ribeiro
Dizia eu, num post anterior, que a nossa Associação contava com 14 novos associados. Não são 14, são 15. Pois na Lista não está incluído o Comandante dos Bombeiros aguiarenses, MANUEL AGOSTINHO BORGES MACHADO.
Ao mesmo pedimos desculpa, pelo lamentável descuido.
FCR
Quando meu Pai chegou a Parada, já tinha 73 anos, eu ia fazer 12 anos. Achei meu Pai muito velho, com o cabelo todo branco, era uma figura muito diferente daquela que eu imaginava. Com a sua chegada, ainda nasceu outro irmãozinho, o Manuel, em setembro de 1945, mas morreu com dois anos de idade. Em outubro de 1944, eu iniciei o quarto ano primário e teria que fazer prova em junho de 1945. Meu Pai, que era semi-analfabeto, achava que estudo era só para ricos, pobre tinha mais era que trabalhar. Assim, passou a não me deixar mais ir à escola, tinha que ir guardar as vacas no pasto ou as ovelhas na Serra da Padrela. Como faltava á escola, a professora D. Deolinda, mandou um recado para meu Pai, para me mandar à escola. O meu Pai devolveu o recado, dizendo que eu não mais iria à escola, pois tinha que trabalhar. D. Deolinda denunciou meu Pai em Vila Pouca, foi uma autoridade lá em casa e ameaçou meu Pai com a cadeia, se no dia seguinte eu não fosse à escola. Meu Pai ficou com medo e nunca mais permitiu que eu faltasse às aulas. Foi a minha sorte, pois assim pude terminar o ano e fazer a prova com sucesso.
O dinheiro que meu Pai havia levado do Brasil, deu apenas para comprar uma junta de vacas para trabalhar na lavoura. Como nossas terras eram poucas, tomou terras a meias. A gente trabalhava muito e às vezes até passava necessidade. Após fazer o exame da quarta classe, como era conhecido, como não haviam perspetivas de continuar a estudar, passei a trabalhar firme na lavoura e muitas vezes ia para a Serra, guardar o rebanho da aldeia.
Meu Pai era uma pessoa muito respeitada e ouvida na aldeia. Quando o Sr. Manuelzinho foi Presidente da Câmara, indicou o meu Pai como Zelador da aldeia, havia o Regedor da Freguesia e cada aldeia tinha o seu Zelador. Ninguém ganhava nada, só tinham era aborrecimentos. A vida da gente era muito difícil, o que se colhia, mal dava para passar o ano. Às vezes havia necessidade de se vender alguma produção, para se pagar os impostos das terras e para comprar outras coisas. Mas a gente já sabia que iria fazer falta para se comer, mas que fazer, não havia dinheiro para nada. Em todo o tempo que estudei, nunca tive um livro, sempre estudava nos livros dos outros.
Às vezes abria trabalho no Viveiro, a gente aproveitava para ganhar algum dinheiro. Também trabalhei na Chã de Vales, quando o Sr. Manuelzinho mandou semear toda de batatas. O encarregado era o meu Tio José e, sempre que podia, ajudava a gente. Também íamos para as Vindimas para o Douro e até apanhar Castanhas em Carrazedo Montenegro. Só assim, a gente conseguia algum dinheiro para comprar uma roupa. Mas era tudo por temporadas, acabava logo e voltava tudo à miséria de sempre. O mais duro era ir para a Serra cortar e carregar estrume. Uma vez por outra, meu Pai encontrava algum serviço para fazer com as vacas a puxar o carro de bois, como buscar uma pipa de vinho na Ribeira D'Oura ou então levar uma carrada de batatas a algum lugar. A nossa sorte era quando se podia vender um bezerro, então havia fartura por alguns dias.
Os portugueses que reclamam da situação de hoje deveriam viver nesse tempo que eu vivi. Por isso, é que havia necessidade da gente emigrar.
Deus abençoe a todos.
Agostinho Gomes Ribeiro
Com o pagamento de quotas e com a entrada dos 250 euros pela nossa participação na Feira do Granito de 2012, a A.P.M. tem neste momento um saldo bancário no valor de cerca de 5.500 euros. Valor esse ainda bem longe do necessário para a tão almejada aquisição da SEDE ASSOCIATIVA, caso não haja o bom senso de nos ser "oferecido" um espaço para o efeito.
Queria lembrar que o LIvro sobre Parada de Aguiar requer ainda muita investigação, razão pela qual se encontra em stand by até obtermos mais ajudas para o efeito. Sublinho que será preciso passar bastante tempo no meio dos arquivos para que a publicação possa ter a dignidade que pretendemos que tenha. E a verdade é que o tempo não sobra.
FCR
Queria avisar os nossos associados que não pagam quotas há três anos consecutivos ( felizmente, poucos) que o regulamento prevê a sua exclusão, em reunião de Assembleia Geral.
Por isso, aguardamos que os mesmos actualizem as suas quotas até Final de Dezembro do ano corrente (2013).
O Presidente da Associação
Francisco da Cunha Ribeiro
Eu queria aqui elogiar a atitude da Família Portelinha no que diz respeito à sua relação com a Associação Prazer da Memória. Na verdade, quando estão em Parada não faltam aos nossos convívios. Quando não estão, não deixam dee estar connosco, pagando as suas quotas por interposta pessoa.
O ano passado foi a Adelaide Portelinha que pagou as quotas dos restantes familiares. Este ano foi o José Portelinha, que para além de desembolsar uma porrada de euros para o acerto das quotas familiares ainda teve um bom contributo no Leilão da Associação, rematando um quadro feito pela Manuela Gomes, que de imediato (o gesto foi muito bonito e mostra bem o carácter do José Portelinha) o ofereceu à sua mãe - a Guiomar Portelinha.
Registo esta atitude porque ela não é seguida por alguns dos nossos associados, os quais quando não podem estar presentes também não pagam as quotas nem pedem a ninguém que as pague por eles.
FCR
Se me permitem, caros candidatos à Câmara de Vila Pouca de Aguiar, e Junta de Freguesia de Soutelo de Aguiar, vou-lhes lançar um desafio: A Associação Prazer da Memória é uma entidade que luta por um verdadeiro renascimento cultural em Parada de Aguiar, e está disposta a propagar o seu ideal às outras aldeias da freguesia de Soutelo de Aguiar e ao próprio Concelho. Por via disso sente-se no direito de ser devidamente apoiada na prossecução dos seus fins. Para tal precisa urgentemente de uma SEDE. Um bom candidato, a meu ver, deverá ter o desenvolvimento cultural como um dos objectivos nucleares da sua candidatura. Espera-se pois o apoio explícito à Associação Prazer da Memória, pelo menos a nivel de Freguesia ( mas não apenas). Uma das hipóteses de ajuda seria devolver a Ex-Escola Primária de Parada do Corgo aos paradenses. E nela instalar a SEDE da nossa Associação. Como? A resposta é vossa. Mas podemos colaborar com sugestões. Se quiserem reunir connosco, façam o favor de o dizer.
O Presidente da Associação Prazer da Memória,
Francisco da Cunha Ribeiro
ISABEL MONTEIRO
FRANCISCO MONTEIRO
JOÃO GOMES
PAULO SÉRGIO GOMES
MARIA OLINDA PEREIRA CARVALHO
ANA CUNHA
NATIVIDADE PINTO DE SOUSA
GLÓRIA PINTO DE SOUSA
ESTELA CHAVES
HUMBERTO MONTEIRO
LÍLIA MONTEIRO
LETÍCIA MONTEIRO
ERMELINDA FERREIRA
MARIA DE LURDES NUNES DOS REIS
Sejam bem vindos ao nosso convívio e amizade
FCR
Olá., meu bisavô era Crisostomo de Aguiar e veio d...
Meu Grande amigo já descansa paz
Caro primo, Fernando, pelo que me dizes só pode de...
Caro primo, essa passagem do Padre Manuel do Couto...
Parabéns, esse sim o sentido da vida, ajudar sem o...
Absolutamente de acordo!
Sou Cláudio Dias Aguiar, único filho do casal Raim...
domingo gordo é mesmo para enfardar :D :D :D
Os meus pesames a familia.
Como assim??