Há pessoas que trabalham bem em equipa. Diz-se que Sócrates era ( e ainda poderá ser ...) especialmente dotado a trabalhar em grupo. Basta recordar como trabalhou bem ao lado de Carlos Cruz e toda a equipa que trouxe o Campeonato da Europa para Portugal. A mim parece-me que Sócrates será bom a gerir conflitos de grupo, desde que ninguém dê palpites.
Também se diz que Sócrates é muito bom em "golpes de rins", sendo um prodígio de flexibilidade. Neste particular, consta que além de ser capaz de encostar o cotovelo na nuca, também conseguia encostar a nuca no cotovelo!
Eu tenho a minha opinião sobre o tema: acho que com a língua, de facto, o homem fazia milagres. Não desses que alguns estarão a pensar. Falo de outros milagres. Por exemplo, quando a usava com e sem sinceridade ao mesmo tempo.
A flexibilidade física, porém, não devia ser por aí além... Seria por isso que tinha a mania do footing? Talvez. Mas eu sempre vi aquele espetáculo como marketing pessoal. Não se aperceberia ele que corria como um desengonçado, devido a uma irritante natureza de galináceo. Com efeito, a falta de músculos era notória, dando a impressão de correr com as "pernas" de Oscar Pistorius ( aquele do tiro ao alvo, sendo o alvo um fantasma...), mas mais devagarinho (só me saem comparações com ex-arguídos, peço desculpa...).
Porém, conseguia atingir o grau máximo da flexibilidade nas suas compras. Aí, o teto de aquisição, por exemplo de um fato camisa e gravata, era, pelo que dizem, altíssimo.
Mas Sócrates, além de flexível, também era, pelo que consta, um político que trabalhava por objetivos. Concretos e bem definidos. E lutava socraticamente por eles. O grande objetivo que nunca o largou, central, senão visceral, que o acompanhava 24 horas por dia, que almoçava e jantava com ele; se deitava e dormia com ele; se levantava e saía de casa com ele, esse objetivo, sempre presente e fiel, era o dinheiro, o lucro.
Mais: Sócrates possuía ainda todos os atributos de um líder - era ativo, dinâmico, comunicativo, simpático. Mas ativamente impostor; ardilosamente dinâmico, traiçoeiramente comunicativo, e dissimuladamente simpático.
Consta ( mas pode ser peta...) que Sócrates, um dia, ainda não acabara o curso de engenharia, foi a uma entrevista. Determinada empresa abrira uma vaga para a direção do setor de exportação. Armado dos seus conhecimentos, em inglês técnico e francês liceal, o homem lá foi à entrevista:
– Qual é a sua idade? ( Começou por perguntar o entrevistador)
– Com óculos ou sem óculos? ( Respondeu Sócrates, atrevido.)
- Basta o B.I. ( ripostou o entrevistador,mantendo-se calmo)
- Qual deles, o verdadeiro ou o falso? ( retorquiu Sócrates)
- O falso, para me não enganar.
E a entrevista continuou, agora mais tensa:
- Olhe, sr J.S., quais são os seus pontos fracos?
– Não tenho.
- E os fortes?
- São todos.
- Vaidoso, é?
- Q.B.
- Está-me a chamar burro?!
- Não, porquê?
- É o que sugerem as iniciais ( Q,B. - Que Burro ...)
- Desculpe, mas não entendeu ( Q. B. significa Quanto Basta...)
Bem, adiante:
- De entre tantos candidatos, só você poderia ser o escolhido?
– Eu pensei que responder a essa pergunta fosse da sua conta e não da minha. Mas posso tentar responder: Porque acho que sou o único candidato com qualidades para esse lugar.
- Mas você não conhece os restantes candidatos, como pode afirmar que é o melhor?
- Deus também não conhecia José Sócrates, e não teve duvidas em ser quem é.
– Bem, devia ter cuidado em falar dessa maneira de Deus, mas enfim. Continuemos:
- Várias pessoas que se sentaram nessa mesma cadeira são hoje chefes, diretores, ou gerentes. Que se lhe oferece dizer sobre isso?
J.S. – Que o fabricante da cadeira vai ficar muito feliz, quando souber que eu fui selecionado, e que pode vender milhares de cadeiras à minha custa.
– Há alguma pergunta que você me queira fazer?
– Sim. Acha que posso levar uma multa , por ter estacionado mal o meu carro, ou ir preso por ter falsificado o meu B.I?