O Ministério da Educação e Ciência garantiu ontem ao PÚBLICO que "não há lugar a indemnizações" para os quatro membros do conselho de administração da empresa pública Parque Escolar que renunciaram ao cargo, na sexta-feira. Três dos membros que renunciaram, incluindo o presidente do conselho de administração, Sintra Nunes, estavam em funções desde a fundação da empresa, em 2007. O outro elemento foi nomeado em 2009. À frente da empresa mantém-se a única administradora nomeada pelo actual Governo, que não se demitiu.
A renúncia de quatro dos cinco membros da administração da Parque Escolar foi comunicada ao ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, durante uma reunião onde este os tencionava demitir. A saída dos administradores da Parque Escolar segue-se à divulgação pelo ministério das conclusões da auditoria feita à empresa pela Inspecção-geral de Finanças (IGF), onde se confirma um quadro de derrapagem de custos do programa de modernização das escolas secundárias gerido por aquela empresa.
Segundo a IGF, o investimento médio real por escola é 66% superior ao que tinha sido previsto. Com metade do programa executado, a Parque Escolar já tinha excedido o investimento global estimado para todo o programa, refere-se.
O relatório seguiu sexta-feira para a comissão parlamentar de Educação, confirmou o seu presidente, o deputado do CDS/PP Ribeiro e Castro. Quando era líder do CDS/PP, Ribeiro e Castro foi dos primeiros a opor-se publicamente à constituição da Parque Escolar.
As visitas que posteriormente tem efectuado a escolas confirmaram os seus receios: "Pelo arrastar das obras, pela derrapagem dos custos, pela desproporção dos gastos" e pelos custos que as intervenções, quando concluídas, acarretam para a gestão corrente da escolas. "A factura energética é devastadora", frisa. Muitas das soluções adoptadas foram também criticadas pela IGF.