
Parece consensual que o governo de Sócrates tem vindo, desde o seu nascimento, a passear as suas políticas a seu bel prazer. Sejam bons ou sejam maus, os decretos do governo têm saído e feito o seu caminho sem o mais leve estorvo do PSD. E todos sabem porquê: O partido ainda se não recompôs da traição de Barroso, nem da rasteira presidencial a Santana Lopes.
O que se tem passado no país bem pode espelhar o que, ao nível autárquico, vem ocorrendo em Vila Pouca, onde a oposição só tem outra cor, mas não tem sido diferente na atitude.
E se me é permitido dizer o que penso, não estará na hora da “oposição socialista” de Vila Pouca começar a fazer oposição à séria ?
Calma, só estou a emitir uma opinião.
Imagino as vozes:: “ Lá está ele a meter a foice em seara alheia.... Nem sequer está filiado… Bem se vê que está fora… Não acompanha… Nem sequer sabe o que se passa na Assembleia Municipal…”
Sim, é verdade: não ESTOU filiado e ESTOU fora. ( Mas há uma decisiva nuance: É que, para o bem e para o mal, não SOU de fora, e, quem sabe se até SEREI filiado…).
Contudo, o facto de eu e muitos outros estarmos fora, não significa que não queiramos estar (por) dentro…O que é mais uma razão para que os que estão dentro transmitam aos que não estão o que se passa na sua terra.
Acresce afirmar que a oposição socialista de Vila Pouca não se deveria reduzir a um único palco – o da Assembleia Municipal.
Tudo bem, concede-se que, na Assembleia Municipal, tem havido e continua a haver muito trabalho da oposição socialista. Mas…
Mas será que isso chega para envolver e elucidar os eleitores?
As oposições, quaisquer que elas sejam, não devem, em minha opinião, apenas lutar no “palco interior” das Assembleias Municipais. Devem também expressar essa luta no seu exterior.
A grande fatia dos eleitores,( daqueles que elegeram os deputados da oposição socialista), não vai, nem pode ir, às reuniões da Assembleia. Logo, não sabe o que por lá se passa. E, creio, que querem saber. Até porque, ao fim de quatro anos, quererão estar em condições de avaliar com acerto as pessoas que elegeram, a fim de saberem se as voltarão a eleger ou não.
Ora, para justamente, perceberem, na altura própria, em quem vão votar, os eleitores devem poder acompanhar o trabalho de campo dos seus eleitos.
Esta falta de feedback, que existe nas câmaras, entre os eleitos e os seus eleitores, deverá ser combatida.
E como?
Trazendo a público o que se passa nas Assembleias Municipais. Mas tudo! Não apenas o que interessa.
A quase exclusiva fonte dessa importantíssima informação tem sido, até agora, o semanário aguiarense “ Mensagens”. Sucede, porém, que este jornal não é lá muito bem visto pela oposição socialista ( pelo menos alguma). Queixando-se, às vezes com excessiva acrimónia, de parcialidade informativa por parte deste jornal
Pois é… Mas agora que a “oposição socialista” já terá ao seu dispor, onde fazer passar a sua mensagem, espera-se que, sem preconceitos, o venha a fazer.
O que seria salutar, não só para a transparência dos actos políticos que interessam a todo o concelho , mas também para o esclarecimento cabal dos eleitores que votaram no partido socialista de Vila Pouca.